domingo, 14 de julho de 2013

Star Trek Além da Escuridão leva aos cinemas público que não conhece a franquia e traz déjà vu para fãs



Se você nunca curtiu Star Trek, o novo filme da série dirigido por J.J. Abrams é para você. Se você já gostava, o filme também é para você, mas prepare-se para uma boa dose de déjà vu.
Na forma, Além da Escuridão - Star Trek é parecido com o primeiro longa dirigido por Abrams na ressurreição da venerável franquia de ficção científica, em 2009. Ação irrefreável, um inimigo de respeito, uma mistura de novos designs com elementos clássicos e um enredo de tirar o fôlego. É a "starwarização" de "Jornada nas Estrelas", propalada aos quatro ventos por Abrams em diversas entrevistas ao longo dos últimos anos.
Não é à toa, portanto, que o diretor, até então famoso pela criação da popularíssima série Lost, acabou ganhando para si o comando do "Episódio VII" de "Star Wars", após a venda da empresa de George Lucas para a Disney, no ano passado. (Pela primeira vez, o mesmo sujeito guiará o futuro das duas maiores franquias de ficção científica de Hollywood. Ainda não sei se os calafrios que sinto ao falar isso são de empolgação ou medo.)
Mas, voltando a Kirk e Spock, é interessante notar como Abrams e seus asseclas (basicamente a mesma equipe de produção e roteiro do filme anterior) seguiram à risca a estrutura narrativa usada em 2009. Começamos com uma cena de ação já "em andamento" ("Star Wars", alguém?), um momento dramático e então a introdução da trama que alimentará o resto do longa.
No caso em si, o real ponto de partida é um atentado terrorista de autoria de um certo John Harrison, ex-membro da Frota Estelar, interpretado pelo competentíssimo Benedict Cumberbatch (o Holmes da série "Sherlock", da BBC).
A primeira meia hora do filme é genial, principalmente pelo fato de que é original. Harrison se apresenta como um inimigo formidável, sobretudo por não sabermos qual motivo ele tem para se voltar contra seus iguais e por sua capacidade de combinar boas e más ações. Trata-se de uma premissa que parece ecoar a velha Jornada nas Estrelas, em que temas da ordem do dia são transpostos para o futuro e então analisados, em meio a uma história empolgante e uma boa dose de ação. Só que não.
A predominância da forma sobre o conteúdo induz Abrams a descartar completamente qualquer desenvolvimento de personagens em favor de uma sequência interminável de cenas explosivas e câmeras frenéticas. A ideia é que o ritmo desenfreado impeça o espectador de pensar, em vez de motivá-lo a isso.
Uma das razões para essa estratégia é que a história não para em pé sem uma boa dose de tolerância a furos de roteiro. Outra é que o filme parece ter sido escrito por comitê, com uma premissa básica: "vamos incluir tudo de legal que cada um dos filmes antigos tinha em duas horas?"

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